Para aumentar produção, concurso incentiva melhoria da qualidade do café de Rondônia

Para incentivar o produtor a investir em mais melhorias na produção, vários órgãos se uniram para realizar o concurso de qualidade e sustentabilidade do café canéfora, que inclui os tipos Conilon e Robusta. O lançamento oficial da concurso ocorreu nesta quinta-feira.

Cerca de 22 mil famílias de Rondônia dependem diretamente da produção do café no estado, segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). O órgão prevê ainda um crescimento do setor melhorando a qualidade do produto.

De acordo com o pesquisador da Embrapa-RO Henrique Alves, a ação busca a excelência no campo e com isso incentivar a todos os produtores a sempre buscarem um produto com melhor qualidade. “E no final quem ganha é o consumidor que terá um produto com melhor. São levadas em conta aroma, qualidade da bebida, características físicas do grão, sabor diferenciado, maior doçura para que haja melhoria da produção”, explica o pesquisador que destaca as condições climáticas e de solo favoráveis para que Rondônia se torne referência na produção do café canéfora.

Sobre o concurso, a engenheira agrônoma da Emater, Monalissa Pereira, confirma que a ideia é elevar o trabalho do produtor rural de café e mostrar a qualidade do produto. “Nós já temos alguns produtores que com tradição e outros iniciando, mas o concurso foi dividido em fases para privilegiar a todos. E a lavoura premiada, terá um leilão das cinco sacas de café separadas para o concurso”, diz.

Para participar, o produtor precisa separar cinco sacas de café, e entregar amostra de três quilos na Emater. Serão avaliados qualidade do grão, a questão da peneira e a degustação. A parte de classificação e seleção de qualidade ficará a cargo da Idaron. “O estado tinha média de produção de 12 sacas por hectare. Ano passado fechou com 19, mas há produtores que já chegam a 120 sacas por hectare. Os produtores estão com mais acesso à tecnologia e isso tem melhorado muito a produção”, garante Monalissa.

O presidente da Câmara Setorial do Café de Rondônia, Ezequias Bráz da Silva Neto, diz que este é um sonho realizado para todos os produtores. Ele relata ainda que foi preciso união do grupo, principalmente dos produtores de café, que optaram por investir em melhoria da produção. “A primeira dificuldade foi unir a cadeia. O produtor estava desanimado. Houve uma queda de preço e só ficaram os apaixonados. Quando a Câmara voltou em 2012, juntamos a parte governamental e decidimos investir nesse setor. Todos deram às mãos e o produtor investiu, e o resultado se deve à ele. Esse concurso veio na hora certa. Era um desejo nosso aqui de Rondônia. Estávamos aprimorando a qualidade para chegar nesse dia”, garante Ezequias.

Segundo ele, essa qualidade veio mais rápido do que o previsto pela Câmara Setorial, o que fez valorizar o produto e ainda manter perspectivas de melhorias. “Nós hoje conseguimos vender o café conilon ou robusta a R$ 350 a saca e acreditamos que até o final do ano venderemos a R$ 400. Não existe lavoura branca que dê mais lucro do que o café para o produtor”, finaliza.

O concurso

Todos os cafeicultores do estado de Rondônia poderão se inscrever, com lotes de café canéfora produzidos por eles no ano da safra do concurso. A inscrição deve ser feita na Emater-RO, onde o produtor entregará a amostra do café. Não há cobrança de taxas. Serão classificadas as 20 melhores amostras, sendo as 10 mais bem pontuadas de cada etapa regional (Regional 1 – Territórios Rio Machado, Zona da Mata, Vale do Guaporé e Cone Sul; Regional 2 – Territórios Central, Vale do Jamari e Madeira Mamoré). As 20 melhores amostras de café canéfora serão notificadas e passarão por uma nova coleta de amostra nos lotes representativos. Na fase final, serão classificadas as três melhores amostras no âmbito estadual, as quais serão premiadas. A final do concurso está prevista para o dia 19 de setembro.