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Saúde e icterícia no recém-nascido
Terça-feira, 10 Fevereiro de 2015 - 08:51 | SERAFIM GODINHO
Conhecida também como amarelão, a icterícia neonatal é uma alteração fisiológica, isto é, normal, na coloração da pele e branco dos olhos dos recém-nascidos, deixando o bebê amarelado.
A cor amarelada do bebê acontece pelo excesso de bilirrubina no sangue, pigmento de cor amarelada, produzido normalmente pelo metabolismo das células vermelhas do sangue. O excesso acontece pela dificuldade do fígado em capturar toda a quantidade de bilirrubina produzida, acumulando no sangue.
Esse tipo de icterícia não é considerado doença, atinge em torno de 50% dos bebês nascidos no tempo certo, sendo ainda mais freqüente nos prematuros. A cor amarelada aparece no segundo ou terceiro dia de vida primeiramente no rosto, depois vai aumentando para tórax, abdome e finalmente as pernas. As fezes e urina permanecem com coloração normal.
Na maioria das vezes regride espontaneamente em torno do décimo dia de vida do bebê.
Banho de luz - Se a icterícia atingir um nível muito alto será preciso que o bebê faça fototerapia ou banho de luz. A criança fica em um berço com uma fonte de luz que converte a bilirrubina impregnada na pele e nas mucosas em outra substância deixando a pele do bebê com coloração normal.
Esse tratamento é muito comum em prematuros e em bebês que a icterícia não desaparece espontaneamente. O aumento da bilirrubina acima de certos limites pode acumular-se no cérebro trazendo danos irreversíveis ao sistema nervoso, prejudicando o desenvolvimento do bebê. Portanto, cuidado redobrado, mamãe.
Existem outros tipos de icterícia que são mais graves e requerem mais atenção. Há a icterícia por incompatibilidade de grupo sanguíneo, que é a forma mais grave e aparece logo no primeiro dia de vida.
Acontece quando a mãe tem anticorpos que destroem as hemácias (componente dos glóbulos vermelhos do sangue) produzindo bilirrubina, ocasionando a icterícia. O tratamento depende do nível de bilirrubina e peso do bebê, podendo ser o banho de luz ou a exsanguinotransfusão (retirada de todo o sangue do bebê e a sua substituição por outro sangue, sem bilirrubina).
A icterícia pode estar relacionada também ao aleitamento materno, as causas são desconhecidas, podendo ser por que componentes do leite materno reduzem a excreção da bilirrubina. O tratamento pode ser a interrupção do aleitamento por 1 ou 2 dias ou o banho de luz.
São raras as vezes em que o acúmulo de bilirrubina seja grande que cause acúmulo no cérebro ocasionando prejuízos. A grande chance de isso ocorrer será se a mamãe não procurar um médico quando o amarelão do bebê for muito intenso ou em prematuros muito graves.
A icterícia não é uma alteração para maiores preocupações. O ideal é ficar de olho e a qualquer dúvida procurar o pediatra do bebê.
As mamães devem ficar atentas e se o recém-nascido apresentar fezes e urina com coloração diferente procure imediatamente um médico. Lembre-se sempre que o aleitamento materno é sempre o melhor para o bebê. Só o interrompa com recomendação médica.
Pensamento
A vida social dá origem a uma série de problemas que levam ao paradoxo: precisamos viver com os outros por uma questão biológica e social, porem relacionamentos implicam em concessões. A filosofia sempre se preocupou com esta questão desde a antiguidade, tentando elaborar critérios que possam ser universalizados e procurando entender melhor as relações humanas, elaborando explicações e propondo perspectivas que tornem a vida social suportável, ou porque não, agradável. Viver com os outros, afinal, é um dos maiores desafios de nosso cotidiano e uma de nossas mais complexas tarefas.
“Oscar Wilde propõe: ”Viver a nossa maneira sem desejar que os outros vivam como nós queremos”. E Octávio Paz propõe encontrar o que chama de “nosso semelhante dessemelhante”.