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Tempos difíceis para mercado de agroquímicos na América do Sul

Terça-feira, 14 Junho de 2016 - 18:36 | Leonardo Gottems/Agrolink


O setor de agroquímicos atravessa um momento delicado na América do Sul, que sofre com altos e baixos em todos os países em função de que a receita depende do sucesso do agricultor na colheita. Em geral, os produtos são vendidos através de crédito e as quebras na safra afetam os estabelecimentos que vendem defensivos, aponta reportagem do Jornal boliviano El Deber.

O presidente da Associação de Fornecedores de Insumos e Produtos Agrícolas (Apia) da Bolívia, Juan Manuel Rojo, não tem receio em admitir o momento de turbulência: “Neste sentido, estamos tendo um momento difícil”, revela Rojo.

O agrônomo Martín Martínez Baldovino, um especialista no mercado de inseticidas da companhia nicaraguense San Cristóbal, sustenta que “produzir sem agroquímicos seria um desastre”. Porém, o técnico corrobora que a indústria cresce somente na proporção do crescimento da área de plantio, especialmente na Bolívia.

O assunto foi discutido em uma mesa redonda na Bolívia com a participação de Rodolfo Jáuregui, gerente de marketing of Interagro S.A., Marco Antonio Villaroel, proprietário da Petrodill, Alfredo Vives la Ponto da Plusagro e Fernández Galarza da Ciagro. Os especialistas coincidem na opinião de que o setor vive um momento delicado, e apontam como problema a dependência do crédito.

De acordo com eles, as perdas na lavoura por mudança climáticas, preços mais baixos ou ainda o contrabando leva a maioria dos produtores ao atraso ou inadimplência. As vendas da colheita não são suficientes para cobrir os empréstimos obtidos nas revendas de agroquímicos.

No entanto, os especialistas observam uma grande oportunidade para as revendas serem mais eficientes e buscarem mecanismos para ajudar os produtores a aumentar a produtividade. “É a ocasião para reativar as vendas de agroquímicos. Nós temos que trazer mais tecnologia para permite melhores rendimentos em uma maneira em que os produtores tenham a opção de não só conciliar a dívidas com os bancos, mas com as próprias revendas”, defendeu Rodolfo Jáuregui.

Segundo a Apia, que representa mais de 80 empresas no país, o mercado de pesticidas e fertilizantes movimenta mais de US$ 300 milhões na Bolívia. A maioria é financiada por empresas importadoras e a agroindústria, tendo ainda uma porcentagem muito baixa pelos bancos.

“Por isso que carregamos o peso da dívida até conseguirmos superar isso. Os pequenos e médios produtores não tem como pagar as contas pendentes e precisam de insumos. Se não os apoiarmos, não poderão nos pagar. Portanto, o desafio é ser mais eficiente e enfrentar essa situação que, esperamos, passe logo”, manifestou Alfredo Vives.

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