Traficantes podem transformar turistas em “mulas” durante Festival de Praia em Pimenteiras

“Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca... na vossa paciência salvai vossas almas”.

(Jesus Cristo)

EITA, BAGAÇA!

Voa cavaco na briga entre peemedebistas em Vilhena. Cunhado do deputado Natan Donadon, o presidente do partido, vereador Ronaldo Alevato, tomou pressão de todos os lados e cancelou a reunião que, na semana que vem, elegeria o próprio parlamentar como comandante em chefe da sigla na cidade. Pior: licenciou-se do posto e passou o cargo para o empresário Elizeu Lima. Aí a temperatura subiu: Lima ameaçou expulsar Natan da agremiação, quando ele corria risco de não assumir o mandato, no início do ano. Vai longe essa briga de foice...

QUEM AGUENTA?

Acostumados ao clima ameno, que torna a cidade uma das mais agradáveis de Rondônia, os vilhenenses passaram os últimos dias suando em bica em virtude da esquisita onda de calor, que fez os termômetros baterem na casa dos 40 graus. Teve até torcida para que a chuva caísse e amenizasse o inferno climático e reduzisse a poeira, mas as tempestades trouxeram outro problema: é só o céu escurecer que a energia da Ceron acaba.

PRIMEIRO MUNDO

Criticado pelas barbaridades que transformam a saúde local numa desgraça cotidiana, o prefeito Zé Rover (PP) deve anunciar em breve uma revolução no sistema de atendimento. Um programa de informática deve agendar consultas e enviar para o celular do paciente o protocolo marcando horário e local do atendimento. Se o bagulho funcionar como previsto, será p fim das filas no Hospital Regional. Oremos...

BONITO, HEIN JOÃO?

A notícia de que o ex-governador João Cahulla (PPS) bateu às portas da justiça para requerer pensão vitalícia por ter administrado Rondônia cerca de oito meses pegou mal. O direito do ex-governador à sinecura não se discute, afinal, há gente que trabalhou menos e também embolsa a merreca. Mas para quem pregava austeridade, francamente...

COISA FEIA, HEIN?

Em Vilhena há lideranças políticas de moral elástica, que gostam de praticar exatamente as indecências que denunciam nos adversários. Este colunista tem informações (infelizmente, extra-oficiais) de que alguns espertos andam assediando pessoas ligadas ao governador Confúcio Moura (PMDB) propondo um negócio daqueles: alugar imóveis superfaturados e rachar a diferença entre aliados. É a mesma patota que bradava contra os trambiques da família Donadon. Felizmente, os aliados de Confúcio mandaram esses velhacos irem pastar.

AZEDOU

Não convidem para a mesma mesa o presidente do PCdoB em Vilhena, Acácio Félix, e o vice estadual da legenda, Francisco Pantera. Os dois ameaçam sair no braço a qualquer momento, desde que o dirigente felino esteve na cidade e tentou filiar gente à revelia do cacique local.

VIDÃO, HEIN?

Estressado com o Senado, Casa onde fala pouco, não manda nada e ainda tem que aturar o papo chato dos colegas, o ex-governador Ivo Cassol (PP) aproveita bem a licença que tirou para cuidar da saúde. Em companhia de familiares, o barão de Rolim de Moura estava, na semana passada, curtindo as delícias da Grécia, em animados passeios de barco por ilhas paradisíacas do Mediterrâneo.

CORDEIRINHO

Vida torta confesso até o dia em que foi espancado e quase morreu, o radialista Mário Lopes, assessor da Câmara de Vilhena, é um novo homem. Desde que passou a militar fervorosamente na Igreja Assembléia de Deus, a vida do comunicador de uma guinada para melhor. Gente boa, o neoevangélico revela: “Não tenho vergonha nenhuma de assumir a minha fé. E Deus, com certeza, também não se envergonha de mim”. Aleluia!

PREPAREM-SE PARA O PIOR

A histórica Lei da Ficha Limpa, criada por pressão popular para higienizar a vida pública, livrando a política de patifes das mais variadas espécies, parece que subiu no telhado. Aqui e acolá, este colunista observa, com tristeza, movimentos cada vez mais fortes para derrubar a regra moralizadora. Cravo aqui mais uma previsão: em 2012 ninguém será impedido de disputar eleições, mesmo aquele com o prontuário mais sujo que pau de galinheiro.

QUEM AVISA...

O Festival de Praia de Pimenteiras, megaevento musical-turístico-cultural da cidade ribeirinha começou na quinta e vai até domingo. A edição deste ano promete ser mais animada que as versões anteriores, mas expõe os freqüentadores a um risco antigo: criminosos aproveitam o estado etílico dos visitantes e abarrotam carros com carregamentos de cocaína vindos da Bolívia, país que fica no outra margem do rio Guaporé. Muitos traficantes involuntários só descobrem que atuaram como “mulas” quando já estão na Polícia Federal. E aí, até explicar que focinho de porco não é tomada...

É SACANAGEM

Tem horas que digo para os amigos os nomes de algumas cidades de Minas Gerais e eles pensam que é piada. Lá tem Jampruca, Poté, Ladainha, Maxacalis, São Gonçalo do Rio Abaixo, São Pedro dos Ferros, São Pedro Pescador e Nanuque, entre outras. Ah, tem também Guarataia, gloriosa localidade onde nasceu o presidente da Assembléia Legislativa, Valter Araújo (PTB), conterrâneo deste escrevinhador. Mas, nesta semana, mesmo estando acostumado às esquisitices da mineirada, me espantei com o nome dado ao carnaval fora de época na pequena Cuparaque, município de pouco mais de 4 mil habitantes, encravado na divisa das Gerais com o Espírito Santo: a festa recebeu a sugestiva designação de “Cuparafolia”. Trem besta demais da conta, sô!

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DÁ CARONA A ADVERSÁRIO E LEVA SURRA NAS URNAS

Aproveitando a boa votação feita para prefeito de Vilhena em 1982, o empresário Dari de Oliveira ficou empolgado, mas resolveu baixar a bola e disputar uma vaga na Câmara no pleito seguinte, em 88. Disposto a conquistar o eleitorado da zona rural, lotou uma picape com placas e cartazes de propaganda e rumou para o então distrito de Chupinguaia.
No meio do trajeto, topou com um sujeito moreno e mal vestido pedindo carona. Resolveu levar o caboclo e, quem sabe, convencê-lo a pagar o transporte ajudando-o a fixar seu material de campanha. Acabou descobrindo quem era o desconhecido ao indagar como andava a disputa por ali:
- Bom, meu nome é Ataíde e sou candidato a vereador também...
Como nunca tinha ouvido falar no sujeito e achava que seu estilo de peão previa uma derrota humilhante, Dari tratou de animar o companheiro de viagem:
- Olha, você tá começando agora e não deve acalentar grandes esperanças. Se não conseguir ganhar nessa, tente outras vezes que um dia você chega lá...
Conhecido em tudo quanto era biboca na zona rural de Vilhena, já que era um enfermeiro acostumado a executar funções de médico naqueles ermos sem assistência, Ataíde fez uma votação estrondosa no pleito, enquanto Dari contabilizou uma mixaria de sufrágios na mesma disputa. Depois, Ataíde José da Silva (já falecido) trabalhou pela emancipação política de Chupinguaia e se tornou o primeiro prefeito eleito do novo município. Dari nunca conseguiu vencer uma eleição desde aquele tempo.