Ivonete Gomes
Lancheiras para crianças pobres encherem de vento ou alguém encher os bolsos?
Quinta-feira, 27 Março de 2025 - 14:57 | Ivonete Gomes
Léo Moraes disse que revolucionária a educação do município. De fato, está. Mas, a exemplo da Revolução Francesa (1792-1794) está impondo uma fase de terror, seja com perseguição a educadores que ousam discordar de algumas decisões, seja pelo não cumprimento de promessas de campanha com a categoria que o apoiou massivamente, seja pela falta de celeridade em órgãos estruturantes como as Superintendência de Gastos Públicos (SGP) e Superintendência Municipal de Licitações (SML) que não conseguem finalizar processos, impondo, dessa forma, uma nova realidade de más condições de trabalho nas unidades educacionais.
Como tem feito em todas as esferas da municipalidade, Léo Moraes tenta acobertar a incompetência da equipe que escolheu para o primeiro escalão, culpando a gestão Hildon Chaves que, diga-se de passagem, nunca sofreu movimento paredista na educação, durante os 8 anos de mandato. Algo que, em menos de 100 dias, ocorreu na administração de Léo.
As atitudes do atual prefeito se assemelham ao início do mandato de Valdir Raupp como governador de Rondônia. Em todos os eventos públicos, em todas as entrevistas, Raupp sempre culpava o antecessor Osvaldo Piana pelos problemas que ele mesmo criava no estado. O tempo mostrou que, como chefe do Poder Executivo, Raupp nunca passou de um bom falastrão.
Enquanto se diverte no circo do Tik Tok, Léo Moraes acumula problemas da falta de seriedade na gestão municipal. Na educação, a máscara começou a cair. As crianças estão ficando sem merenda escolar. E dessa vez, não há como culpar a gestão de Hildon Chaves, que deixou o processo para construção de nova Ata de Registro de Preços encaminhado para licitação.
Falar em tempo inábil também não cola. O processo para alimentar as crianças está parado, enquanto outro, de adesão de ata para compra de lancheiras, no valor de 2 milhões de Reais já foi encaminhado para Procuradoria Geral do Município (PGM). Aliás, chama a atenção a quantidade de adesões de atas na gestão Moraes. Licitar passou a ser exceção.
MARCOS COMBATE DENUNCIA ATA SUPERFATURADA
Não bastasse o absurdo de querer comprar lancheiras para crianças que, por lei, devem ter merenda na escola, a Ata de Registro de Preços que Léo Moraes quer aderir apresenta “indícios de superfaturamento e inobservância aos princípios da economicidade e eficiência; e qualidade inferior da amostra do produto apresentado em comparação com produtor melhores disponíveis no mercado”. É o que diz um ofício Nº 037/2025 encaminhado pelo vereador Marcos Combate, presidente da Comissão de Educação na Câmara, à PGM.
O subprocurador da Subprocuradoria Administrativa, Convênios e Contratos, Felippe Idak, devolveu o processo para a Semed com várias recomendações.
Agora, basta saber o que vai caminhar primeiro: a licitação da merenda escolar ou as lancheiras para crianças, algumas em situação de total vulnerabilidade social que sequer tem alimentação em casa.
Essa conta Léo Moraes terá que pagar.
Veja o parecer: